O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que irá impor tarifas sobre itens agrícolas importados. No entanto, ele não especificou qual será a alíquota aplicada. Segundo Trump, a nova política tributária entrará em vigor a partir de 2 de abril.
Trump anuncia tarifas sobre produtos agrícolas importados e orienta agricultores dos EUA a se prepararem
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (3) que irá aplicar tarifas sobre a importação de produtos agrícolas a partir de 2 de abril.
Ele também incentivou os agricultores americanos a se organizarem para atender ao mercado interno, antecipando uma possível redução na oferta de produtos estrangeiros.
Trump anuncia tarifas sobre produtos agrícolas importados e reforça prioridade ao mercado interno
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nas redes sociais que os agricultores do país devem se preparar para aumentar a produção voltada ao mercado interno.
“Para os grandes fazendeiros dos Estados Unidos: preparem-se para começar a fabricar uma grande quantidade de produtos agrícolas para serem vendidos DENTRO dos Estados Unidos. As tarifas serão aplicadas ao produto externo em 2 de abril. Divirtam-se!”, afirmou Trump.
Na mesma data, os EUA também iniciarão a aplicação de tarifas recíprocas sobre países que impõem taxas à importação de produtos americanos. Nesse caso, não há um percentual fixo, mas uma diretriz geral para equilibrar as relações comerciais com nações que dificultam o acesso de produtos dos EUA ao seu mercado.
Trump reforça tarifas para proteger mercado interno e mira concorrência estrangeira
Segundo um memorando da Casa Branca, a nova política tarifária tem como objetivo “corrigir desequilíbrios de longa data no comércio internacional e garantir justiça em todos os aspectos”. Como exemplo da aplicação das tarifas recíprocas, o governo citou o etanol brasileiro.
Desde a campanha, Trump tem demonstrado a intenção de fortalecer a atividade econômica doméstica, restringindo a concorrência externa. Seu foco inclui setores como aço, alumínio e automóveis, além de estabelecer medidas contra produtos de diversos países.
Logo no início de seu mandato, o presidente anunciou tarifas sobre mercadorias importadas do Canadá e do México. Inicialmente, a medida foi suspensa por 30 dias, mas Trump reafirmou que as taxas de 25% entram em vigor nesta terça-feira (4).
“Amanhã — tarifas de 25% sobre o Canadá e 25% sobre o México. Vai começar”, declarou Trump nesta segunda (3).
Além disso, o presidente já aumentou as tarifas sobre produtos chineses duas vezes e planeja aplicar uma taxa de 25% sobre a União Europeia.
“Tarifaço” de Trump e seus impactos na economia global
A decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de importação está alinhada com as promessas do presidente Donald Trump de taxar seus principais parceiros comerciais. A medida afeta países e produtos com os quais os EUA possuem déficit na balança comercial, ou seja, importam mais do que exportam.
De acordo com Trump, a aplicação dessas tarifas tem o objetivo de reduzir o déficit comercial e lidar com questões nas fronteiras, como a imigração irregular e o movimento de fentanil.
No entanto, políticas como o aumento das tarifas de importação e as restrições à imigração podem pressionar a inflação nos Estados Unidos. Além disso, a renúncia fiscal para favorecer empresas norte-americanas pode comprometer as contas públicas do país.
Esse cenário pode dificultar o controle da inflação pelo Federal Reserve (Fed), levando à manutenção de juros elevados nos EUA. Essa política monetária impacta diretamente o Brasil, pois taxas de juros mais altas tornam os títulos públicos americanos mais atrativos para investidores, fortalecendo o dólar e reduzindo a entrada de capital em mercados emergentes.
A saída de recursos pode levar o Banco Central brasileiro a aumentar a taxa Selic, o que afetaria negativamente a atividade econômica nacional. Além disso, caso Trump amplie as tarifas sobre produtos chineses, uma desaceleração da economia da China poderia impactar ainda mais o Brasil, que tem o país asiático como um de seus principais parceiros comerciais.
Impactos das tarifas de Trump no Brasil
Além da fuga de capital e da valorização do dólar, o Brasil pode enfrentar um aumento na oferta de produtos chineses. Com as restrições dos Estados Unidos às importações da China, fabricantes asiáticos devem direcionar seus produtos para outros mercados, incluindo o brasileiro.
Isso pode resultar em uma maior concorrência para a indústria nacional, já que os produtos manufaturados chineses costumam ter preços mais baixos. Como consequência, setores brasileiros podem sofrer pressão para reduzir custos e competir com os importados, afetando a produção local e o nível de emprego.